sábado, 26 de outubro de 2013

A ESCOLA CULTURAL


A Formação de Estratégia como um Processo Coletivo

De acordo com a Escola Cultural, enquanto o poder concentra-se em interesses próprios, a cultura leva em consideração os interesses comuns. A cultura determina como uma organização age e reage aos estímulos, como ela interpreta o mundo, as atividades e os artefatos que as refletem. A cultura é coletiva, organizacional e cognição coletiva, ou seja, representa a mente da organização, suas crenças, tradições, hábitos, manifestações etc.

Premissas da Escola Cultural

Segundo os autores de Safári de Estratégia, é possível identificar as seguintes características como premissas, quando predomina a Escola Cultural na formação da estratégia:

a. A formação da estratégia pode ser identificada como um processo de interação social, baseado nas crenças e interpretações comuns;

b. um indivíduo adquire essas crenças através de um processo de aculturação ou socialização;

c. as crenças que sustentam a cultura organizacional não podem ser totalmente descritas;

d. a estratégia torna-se uma intenção coletiva e reflete-se nos padrões de uso dos recursos e capacidade;

e. a cultura é um agente de perpetuação da estratégia existente e dificilmente propõe soluções arrojadas.

Ligações entre cultura e estratégia

Basicamente é possível perceber as ligações entre a cultura e a estratégia no estilo de tomada de decisões, a cultura exerce um papel de filtro que influencia a análise na tomada de decisão.
É também possível constatar essa ligação em atitudes quanto a resistência a mudanças estratégicas. Enquanto algumas culturas favorecem e interpretam as mudanças estratégicas reagindo com naturalidade e motivação, outras resistem e até dificultam, chegando mesmo a impossibilitar que elas aconteçam. A capacidade de superar a resistência às mudanças estratégicas, os valores dominantes e o choque de culturas são as outras ligações, identificadas pelos autores.

Recursos como base de vantagem competitiva
  • Cultura material: representam aqueles recursos tangíveis e intangíveis de uma organização. Não são os produtos que competem no mercado, e sim os sistemas de produção de seus fabricantes;
  • Diversificação: que pode ser identificada como contribuição particular de cada cultura organizacional;
  • Teoria baseada em recursos;
  • Cultura como recurso-chave: é difícil copiá-las, portanto também não é possível reproduzir seus efeitos. Um dos maiores recursos de uma organização são as pessoas e seus conhecimentos e experiências;
  • Direção: o estilo de comando, de liderança.


Conclusão: A Escola Cultural apresenta como grande ameaça o desencorajamento a mudanças, muitas vezes críticas e necessárias para a organização, já que mudar ou alterar uma cultura organizacional é extremamente custoso e, no entender de muitos especialistas, impossível. Isso pode levar à estagnação e a arrogância. A Escola explica com muita felicidade o que já existe, mas não cuida do que está por vir. A contribuição da Escola Cultural, por sua vez, está na dimensão coletivista de processo social, que assegura um lugar para o estilo organizacional ao lado do estilo pessoal. A formação da estratégia torna-se a administração da cognição coletiva. Esta escola se aplica mais a organizações com culturas mais ricas, às grandes organizações e a períodos específicos da maior parte das organizações, como períodos de reforço, de resistência às mudanças, de recomposição e de revolução cultural.