“Estabelecer adequação”
No capítulo que trata da escola
do design os autores propõem um modelo de formulação de estratégia que busca
atingir uma adequação entre as capacidades internas e as possibilidades
externas. De acordo com os proponentes mais conhecidos desta escola, "A estratégia econômica será vista como a
união entre qualificações e oportunidade que posiciona uma empresa em seu
ambiente" (Christensen, Andrews, Bower, Hamermesh e Porter no
livro-texto de Harvard, 1982:164). "Estabelecer
adequação" é o lema da escola do design.
Origens
As origens dessa escola podem ser atribuídas a dois influentes livros escritos na Califórnia University (Berkeley) e no MIT: Leadership in Administration, de Philip Selznick, no ano de 1957, e Strategy and Structure, de Alfred D. Chandler, em 1962. Selznick, em particular, introduziu a noção de "competência distintiva", discutindo a necessidade de se reunir o "estado interno" da organização com suas "expectativas externas" e argumentou que se deve embutir "política na estrutura social da organização" denominada mais tarde de "implementação". Chandler, por sua vez, estabeleceu a noção de estratégia de negócios desta escola e sua relação com a estrutura.
As origens dessa escola podem ser atribuídas a dois influentes livros escritos na Califórnia University (Berkeley) e no MIT: Leadership in Administration, de Philip Selznick, no ano de 1957, e Strategy and Structure, de Alfred D. Chandler, em 1962. Selznick, em particular, introduziu a noção de "competência distintiva", discutindo a necessidade de se reunir o "estado interno" da organização com suas "expectativas externas" e argumentou que se deve embutir "política na estrutura social da organização" denominada mais tarde de "implementação". Chandler, por sua vez, estabeleceu a noção de estratégia de negócios desta escola e sua relação com a estrutura.
O verdadeiro impulso para a
escola do design, no entanto, veio da Harvard Business School, iniciando com a
publicação do livro-texto: Business Policy: Text and Cases, no ano de 1965 (por
Learned, Christensen, Andrews e Guth). O livro tornou-se rapidamente o mais
popular na área, bem como a voz dominante para esta escola de pensamento.
Certamente, seu texto, atribuído nas várias edições ao co-autor Kenneth
Andrews, destaca-se como o mais franco e uma das declarações mais claras desta
escola. Nos anos 80, este livro era um dos poucos que representavam as ideias
da escola do design em sua forma pura; a maior parte dos outros passara a
favorecer as escolas de planejamento e de posicionamento.
O modelo básico
A descrição do modelo básico da
escola do design é semelhante à do próprio Andrews, mas com outros elementos
acrescentados. Em conformidade com a atenção dada no texto de Andrews, o modelo
dá mais ênfase às avaliações das situações externa e interna, a primeira
revelando ameaças e oportunidades no ambiente, a última revelando forças e
fraquezas da organização. Sobre avaliação externa, são abordados os aspectos
tecnológicos, econômicos, sociais e políticos do ambiente de uma empresa e
considerações às questões de prever e esquadrinhar. Andrews concluiu sua
discussão com perguntas como "Qual a estrutura subjacente da indústria da
qual a empresa participa?" e "Como poderão as mudanças previsíveis no
contexto social, político e macroeconômico afetar a indústria ou a
empresa?".
Sobre avaliação interna, Andrews tocou em uma variedade de pontos, tais como a dificuldade "para as organizações, bem como para os indivíduos, de conhecerem a si mesmos" e a ideia de que "lampejos de força individuais e sem suporte não são tão confiáveis quanto os gradualmente acumulados frutos da experiência, relativos a produto e mercado".
Os autores do livro disponibilizam a figura abaixo, que popularizou-se na internet, onde mostram dois outros fatores considerados importantes na formação de estratégia. Um deles é o dos valores gerenciais, as crenças e preferências daqueles que lideram formalmente a organização, o outro é o das responsabilidades sociais - especificamente a ética da sociedade na qual a organização opera, ao menos como ela é interpretada por seus executivos. Uma vez determinadas as estratégias alternativas, o próximo passo no modelo é avaliá-las e escolher a melhor.
Sobre avaliação interna, Andrews tocou em uma variedade de pontos, tais como a dificuldade "para as organizações, bem como para os indivíduos, de conhecerem a si mesmos" e a ideia de que "lampejos de força individuais e sem suporte não são tão confiáveis quanto os gradualmente acumulados frutos da experiência, relativos a produto e mercado".
Os autores do livro disponibilizam a figura abaixo, que popularizou-se na internet, onde mostram dois outros fatores considerados importantes na formação de estratégia. Um deles é o dos valores gerenciais, as crenças e preferências daqueles que lideram formalmente a organização, o outro é o das responsabilidades sociais - especificamente a ética da sociedade na qual a organização opera, ao menos como ela é interpretada por seus executivos. Uma vez determinadas as estratégias alternativas, o próximo passo no modelo é avaliá-las e escolher a melhor.
Consistência: A
estratégia não deve apresentar objetivos e políticas mutuamente
inconsistentes.
Consonância: A
estratégia deve representar uma resposta adaptativa ao ambiente externo e às
mudanças críticas que ocorrem dentro do mesmo.
Vantagem: A estratégia
deve propiciar a criação e/ou manutenção de uma vantagem competitiva na área de
atividade selecionada.
Viabilidade: A
estratégia não deve sobrecarregar os recursos disponíveis, nem criar
subproblemas insuperáveis.
Finalmente, quase todos os escritos
desta escola deixam claro que, uma vez acordada uma estratégia, ela é
implementada. Embora o campo da administração estratégica tenha se desenvolvido
e crescido em muitas direções diferentes, a maior parte dos livros-texto padrão
continua a usar o modelo SWOT como peça central.
As diretrizes típicas sobre
abordagens internas e externas podem ser evidenciadas através do Checklist de variáveis ambientais e do Checklist dos pontos fortes e
fracos.
Premissas da escola do design
Premissas básicas sustentam a
escola do design, algumas plenamente evidentes, outras implícitas:
1. A formação da estratégia deve
ser um processo deliberado de pensamento consciente. A ação deve fluir da
razão: estratégias eficazes derivam de um processo de pensamento humano
rigidamente controlado;
2. A responsabilidade por esse
controle e essa percepção deve ser do executivo principal: essa pessoa é o
estrategista;
3. O modelo da formação de
estratégia deve ser mantido simples e informal;
4. As estratégias devem ser
únicas: as melhores resultam de um processo de design individual;
5. O processo de design está
completo quando as estratégias parecem plenamente formuladas como perspectiva.
Esta escola oferece pouco espaço para visões incrementalistas ou estratégias
emergentes, elas permitem que a "formulação" continue durante e
depois da "implementação";
6. Essas estratégias devem ser
explícitas;
7. Somente depois que essas
estratégias únicas, desenvolvidas, explícitas e simples são totalmente
formuladas é que elas podem ser implementadas.
Crítica da escola do design
Uma estratégia que coloca uma
organização em um nicho pode estreitar sua própria perspectiva. As premissas do
modelo negam certos aspectos importantes da formação de estratégia, inclusive o
desenvolvimento incremental e a estratégia emergente, a influência da estrutura
existente sobre a estratégia e a plena participação de outros atores, além do
executivo principal.
Essas hipóteses dizem respeito ao
papel central do pensamento consciente na formação da estratégia, que esse
pensamento deve necessariamente receber a ação e, portanto, que a organização
deve separar o trabalho dos pensadores daquele dos executores.
PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS
Como uma organização conhece seus
pontos fortes e fracos? A escola do design é bastante clara: por consideração,
avaliação, julgamento suportado pela análise. Tem-se a imagem de executivos
concentrados em torno de uma mesa, discutindo os pontos fortes, pontos fracos e
competências distintivas de uma organização, semelhante a estudantes em uma aula
de estudo de casos.
A escola do design promove a
máxima de que a estrutura deve seguir a estratégia e ser por ela determinada.
Contudo, a organização em funcionamento pode apagar o passado quando muda sua
estratégia? Sentar-se e planejar estratégias no escritório, ao invés de lidar
com produtos e clientes reais pode ser um negócio perigoso.
Uma vez criadas as estratégias, o
modelo exige sua articulação. A incapacidade para fazê-lo é considerada
evidência de pensamento vago ou de motivos políticos. As organizações precisam
funcionar, não só com a estratégia, mas também durante os períodos de formação
da mesma, os quais podem ser prolongados. Como observou James Brian Quinn,
"é praticamente impossível, para um
executivo, orquestrar todas as decisões internas, todos os eventos ambientais
externos, os relacionamentos comportamentais e de poder, as necessidades
técnicas e informacionais e ações de oponentes inteligentes de forma que eles
se juntem no momento preciso", é certo que as estratégias quase sempre
precisam ser tornadas explícitas, para fins de investigação, coordenação e
suporte. Quando? Como? Quando não? Tais perguntas são descartadas na escola do
design.
A dicotomia formulação-implementação é vital para a escola do design, quer ela
seja tomada como um modelo rígido ou uma estrutura mais solta. O método de
estudo de casos pode ser um dispositivo poderoso para trazer uma ampla
variedade de experiências para a sala de aula para fins descritivos. Mas ele
pode tornar-se terrivelmente perigoso. Será que "pense, depois faça"
é realmente a melhor maneira, em especial quando os pensadores ficam no topo de
uma "hierarquia" imaginada ou, pior ainda, ficam fora, em uma empresa
de consultoria, enquanto os executores devem arrumar-se com a implementação lá
embaixo? Até que ponto esta visão da organização, o poderoso líder, educado na
escola certa, resolvendo tudo em seu escritório, corresponde à necessidade
real?
Conclusão: Uma organização deve se encorajar a tender para o
modelo da escola do design quando, especificamente:
· 1. Um único cérebro pode, em princípio, lidar com
todas as informações relevantes para a formação da estratégia;
2. Esse cérebro é capaz de ter conhecimento pleno,
detalhado e íntimo de toda a situação;
3. Conhecimento relevante deve ser estabelecido
antes que uma nova estratégia pretendida tenha de ser implementada - em outras
palavras, a situação precisa permanecer relativamente estável ou, no mínimo,
previsível;
4. A organização em questão precisa estar preparada
para lidar com uma estratégia centralmente articulada.
Tais condições sugerem alguns
contextos claros nos quais o modelo da escola do design parece aplicar-se
melhor: seu nicho particular. Acima de tudo, está a organização que necessita
de uma reorientação importante, um período de “reconcepção” da sua estratégia,
ao menos sob duas condições: Em primeiro lugar, é preciso haver uma grande
mudança na situação, de forma que a estratégia existente esteja seriamente
abalada. Segundo, é preciso que esteja desenvolvido o início de uma nova
estabilidade, que irá apoiar uma nova concepção de estratégia.
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