ESTRATÉGIA COMO UM PROCESSO FORMAL
A Escola de Planejamento está
perfeitamente sintonizada com as tendências que imperam no ensino de
Administração, suas mensagens centrais refletem a prática empresarial e
governamental, ou seja, o procedimento formal, o treinamento formal, a análise
formal e muitos números. A estratégia no entender dessa Escola, deve ser guiada
por uma equipe de planejadores altamente educados, uma parte de um departamento
especializado de planejamento estratégico com acesso direto ao executivo
principal. O surgimento da "administração estratégica" como campo
oficial para cursos e conferências coroou toda essa atividade.
As principais etapas do PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO são:
Fixar Objetivos - Os
proponentes da Escola de Planejamento desenvolveram extensos procedimentos para
explicar e, sempre que possível, quantificar as metas da organização e lembram
que elas, sempre que possível, devem ser expressas em forma numérica;
Auditoria Externa - Uma vez estabelecidos os objetivos, os
dois estágios seguintes, como no modelo da Escola do Design, são para avaliar
as condições externas e internas da organização;
Auditoria Interna - Em conformidade com a abordagem de
planejamento, o estudo de forças e fraquezas também foi submetido a uma extensa
decomposição, para o qual também disponibilizam procedimentos formais;
Avaliar a Estratégia - Neste estágio, a literatura de planejamento
recuperou o que havia perdido no estágio anterior. Como o processo de avaliação
se presta para elaboração e qualificação, as tecnologias tornaram-se abundante, variando do
simples cálculo de retorno sobre o investimento até uma onda de técnicas como: avaliação da "estratégia competitiva", "análise de riscos",
"curva do valor" e os vários métodos associados ao cálculo do
"valor para o acionista";
Operacionalização da Estratégia - É aqui que a maior parte dos
modelos se torna muito detalhada, quase como se o processo de planejamento
tenha repentinamente passado pelo gargalo da formulação para acelerar, dentro
dos espaços aparentemente abertos da implementação. Segundo Steiner: "Todas as estratégias precisam ser divididas
em sub estratégias para o sucesso da implementação". Desta forma, a
operacionalização de estratégias dá origem a todo um conjunto de hierarquias,
em diferentes níveis e com diferentes perspectivas de tempo;
Programando todo o Progresso - É preciso programar não só as
etapas do processo, mas também o cronograma pelo qual devem ser executadas.
PREMISSAS DA ESCOLA DE
PLANEJAMENTO
As estratégias devem resultar de
um processo controlado e consciente de planejamento formal, decomposto em
etapas distintas, cada uma delineada por checklists
e apoiada por técnicas. Na teoria, a responsabilidade por todo o processo está
com o executivo principal, na prática, contudo, a responsabilidade pela execução
está com a equipe de planejadores. As estratégias surgem prontas a partir deste
processo, devendo ser explicitadas para que possam ser implementadas através da
atenção detalhada a objetivos, orçamentos, programas e planos operacionais de
vários tipos.
PROGRESSOS RECENTES
Planejamento de Cenários - O cenário baseia-se na suposição de que,
se não se pode prever o futuro, especulando sobre uma variedade de futuros
pode-se abrir a mente e, com sorte, chegar ao futuro correto. Eles também abrem
perspectivas, de forma que o exercício inteiro também pode ser visto como um
estimulante da criatividade, mesmo que nenhum cenário se aplique perfeitamente.
A este respeito, o objetivo da construção de cenários pode ser descrito, na
melhor das hipóteses, como o desenvolvimento de planejadores e não o
planejamento em si, porque a intenção não é a de formalizar a criação de
estratégias, mas sim melhorar a maneira pela qual os gerentes o fazem;
Controle Estratégico - Em seu livro Strategies and Styles: The Role of the Center in Managing Diversified
Corporations, Goold e Campbell tratam o controle estratégico como um dos
três estilos para criação de estratégias disponibilizadas à direção central de
uma empresa diversificada, sendo: 1º. Planejamento estratégico; 2º. Controle
Financeiro e por fim; 3º. Controle Estratégico.
A partir de um estudo com 30
empresas americanas de produtos, Simons identificou cinco desses sistemas:
sistemas: de gerenciamento de projetos, sistemas de planejamento de lucros,
orçamentos de receita de marcas, sistemas de inteligência (para reunir e
disseminar informações sobre o ambiente externo) e sistemas de desenvolvimento
humano (vinculados ao planejamento de carreiras ou gestão por objetivos etc.).
Esses sistemas "facilitam e moldam a emergência de novas
estratégias".
PROBLEMAS NÃO PLANEJADOS DO
PLANEJAMENTO
No início dos anos 1980, o
planejamento estratégico enfrentou inúmeros problemas sendo então, as
atividades relacionadas a ele, reduzidas significativamente em muitas
organizações. Os sinais destes problemas já existiam antes, tanto que Igor
Ansoff, um dos mais entusiastas dos proponentes do planejamento estratégico, escreveu
em 1977, 12 anos depois da publicação do seu importante livro Corporate Strategy, que "a despeito de quase 20 anos de existência da
tecnologia de planejamento estratégico, a maior parte das empresas, hoje, se
engaja no menos ameaçador e perturbador planejamento a longo prazo por
extrapolação". E os problemas não diminuíram após 1984. Segundo Wilson,
no livro "sete pecados capitais do
planejamento estratégico" entre os problemas que teriam solapado o processo
de planejamento, estariam:
1. A assessoria assumiu o
processo;
2. O processo dominou a
assessoria;
3. Os sistemas de planejamento
foram praticamente concebidos para não produzir resultados...;
4. O planejamento se concentrava
no jogo mais excitante de fusões, aquisições e vendas, em detrimento do desenvolvimento
do negócio básico;
5. Os processos de planejamento
não conseguiram desenvolver opções estratégicas verdadeiras...;
6. O planejamento negligenciava
os requisitos organizacionais e culturais da estratégia...;
7. A previsão de ponto único era
uma base inadequada para o planejamento em uma era de reestruturação e
incerteza... .
No entanto, é bom que se diga que, nenhuma técnica recebeu mais atenção gerencial que o planejamento estratégico.
AS FALÁCIAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
A Falácia da Predeterminação - Para se engajar em planejamento
estratégico, uma organização deve ser capaz de prever o curso do seu ambiente,
controlá-lo ou simplesmente assumir sua estabilidade. Caso contrário, não faz
sentido fixar o curso de ação inflexível que constitui um plano estratégico. Igor
Ansoff escreveu em Corporate Strategy,
em 1965, que "vamos nos referir ao
período para o qual a empresa é capaz de fazer previsões com uma precisão de,
digamos, mais ou menos 20% como o seu horizonte de planejamento". Uma
afirmação extraordinária em um livro tão importante. Como a previsibilidade
pode ser prevista?
A Falácia do Desligamento - A verdadeira administração por exceção
e a verdadeira direção política são possíveis, tão somente porque a gerência
não está inteiramente imersa nos detalhes da própria tarefa. A criação eficaz
de estratégias liga a ação ao pensamento
que, por sua vez, liga a implementação à
formulação. É certo que pensamos para agir, mas também agimos para
pensar.
A Falácia da Formalização - O planejamento estratégico não foi
apresentado como um suporte para a formação de estratégias, como um tipo de
apoio para processos gerenciais naturais (inclusive a intuição), mas, sobretudo,
como geração de estratégias no lugar da intuição. Os proponentes desta escola
afirmam, há muito, que esta é a "melhor maneira" de se criar
estratégias. F. Taylor, contudo (e contrariamente) cunhou a frase: “os planejadores nunca estudaram o processo
que buscavam mudar, eles simplesmente
assumiam que a melhor prática era a deles”.
A grande Falácia do "Planejamento Estratégico" - Assim como análise não é
síntese, o planejamento estratégico nunca foi geração de estratégias. A análise
pode preceder e apoiar a síntese, provendo determinados insumos necessários. A
análise pode seguir e elaborar a síntese, decompondo e formalizando suas
consequências. Mas a análise não pode substituir a síntese. Nenhuma elaboração
jamais fará com que procedimentos formais possam prever descontinuidades,
informar gerentes distanciados, criar novas estratégias. Assim o planejamento,
ao contrário de prover novas estratégias, não pode prosseguir sem sua
existência prévia.
Conclusão: O papel de “planejadores” na formação de
estratégias é reconhecido como fundamental, tanto no entorno quanto dentro da
caixa preta que é considerado o processo de “formação de estratégias”. Eles (os
“planejadores”) podem (e são importantes) atuando como analistas, provendo
dados na entrada, em particular aqueles dados e informações que os gestores
normalmente são propensos a negligenciar. Podem, igualmente, examinar as
estratégias que saíram, para avaliar sua viabilidade. Os “planejadores” também
podem atuar como catalisadores, não para promover o planejamento formal como
uma espécie de imperativo, mas para encorajar qualquer forma de comportamento
estratégico que faça sentido para uma determinada organização em uma dada ocasião.
Nenhum comentário:
Postar um comentário