As empresas visionárias sabem claramente quem são e sabem também que o que interessa, de fato, são as metas que desejam atingir. Elas não costumam ter muito espaço para aqueles que não estão dispostos a seguir suas normas exigentes ou para aqueles que não conseguem se adaptar a elas.
Ao iniciar a pesquisa para a formatação da obra (Feitas para Durar), seus autores imaginavam que as evidencias mostrariam que as empresas visionárias eram ótimos locais de trabalho. No entanto, não foi esta a conclusão a que chegaram. Em razão de as empresas visionárias exigirem mais de seus funcionários quando comparado com outras empresas, tanto em termos de desempenho quanto de adaptação à ideologia, ficou evidente que muitos bons profissionais não conseguiam aderir a elas. Entrar para uma dessas empresas é como entrar para um grupo ou uma sociedade extremamente fechada. E caso o profissional se mostre de difícil adaptação melhor não entrar pois fatalmente será naturalmente excluído.
Por outro lado, caso esteja realmente disposto a comprar a filosofia da empresa e se dedicar a ela, ficará muito satisfeito e produzirá muito - dificilmente estaria mais contente em outro lugar. Mas se este não for o caso, vai se sentir muito mal e deslocado e acabará eliminado como um corpo estanho. É uma situação excludente: ou tem tudo a ver ou nada a ver e não parece haver um meio termo. É mesmo uma cultura de devoção.
As empresas visionárias transformam suas ideologias em mecanismos concretos relacionados a um conjunto consistente de sinais que normalmente as consolidam. Elas doutrinam seus funcionários, impõem uma adaptação rígida e fazem com que eles sintam que fazem parte de algo especial através de itens práticos e concretos, tais como:
- Programas e treinamentos contínuos e orientação com conteúdo ideológico e prático que ensinam os valores, as normas, a história e a tradição da empresa;
- Centros de treinamento interno;
- Políticas de promoção;
- Contrata pessoas jovens, promove internamente e moldam o ponto de vista do funcionário desde cedo;
- Cultiva os feitos heróicos e exemplos corporativos;
- Estabelecem uma linguagem e terminologia únicas, que fortalecem uma estrutura de referência e a sensação de pertencer a um grupo especial, de elite;
- Processos rígidos de seleção durante a contratação;
- Critérios de incentivo e progresso explicitamente relacionados com a ideologia da empresa;
- Celebrações que consolidam os êxitos e a sensação de ser especial;
- Ênfase constante nos valores da empresa, bem como na sensação de fazer parte de algo especial.
Conclusão: uma cultura rígida de devoção é uma coisa arriscada, podendo levar ao raciocínio grupal e à estagnação. Com freqüência espanta pessoas talentosas, reprimindo em muitos casos a criatividade e a diversidade. Ao mesmo tempo em que dificulta a mudança. A conclusão, portanto, é que uma cultura de devoção pode ser arriscada e restrita se não for complementada por uma grande dose de estímulo ao progresso. Numa empresa visionária, as duas coisas precisam andar lado a lado, uma fortalecendo a outra. Essa conquista aumenta a capacidade da empresa atingir Metas Audaciosas, uma vez que cria a sensação de se fazer parte de uma organização de elite onde se pode conseguir praticamente tudo o que se deseja profissionalmente.
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