domingo, 24 de fevereiro de 2013

TRANSFORMANDO INTENÇÕES EM ITENS CONCRETOS

                       
              A ideologia central, como vista anteriormente, é considerada como um componente essencial de uma empresa visionária, mas por si só não é suficiente. É preciso que ela esteja acompanhada de uma busca implacável pelo progresso capaz de induzir a organização às mudanças e melhorias, desde que não afete a ideologia central.  A dificuldade está em confundir a ideologia central com práticas específicas e não-centrais. Esta confusão pode fazer com que as empresas mantenham-se fiéis durante muito tempo a itens não-centrais – coisas que deveriam ser mudadas para que a empresa se adapte e progrida. 

        Através da busca pelo progresso, uma empresa visionária prova que reúne duas qualidades poderosas: autoconfiança e autocrítica. A autoconfiança permite que metas audaciosas sejam estabelecidas e que se tomem medidas ousadas, às vezes batendo de frente com a sabedoria convencional do setor ou com a prudência estratégica. A autocrítica, por outro lado, estimula a mudança e a melhoria auto-induzidas antes que o mundo exterior imponha a necessidade de mudança e melhoria. A busca pelo progresso vem, portanto, de dentro, exigindo a mudança contínua e o movimento para frente em tudo que não diga respeito à ideologia central.

      Os autores afirmam que é a partir da “Genialidade do E” com cada elemento complementando e reforçando o outro, que coexiste nas empresas visionárias o apego à ideologia e a busca pelo progresso:

• A ideologia central permite o progresso através de uma base continua em torno da qual a empresa visionária pode evoluir, fazer experiências e mudar. Deixando claro o que é o núcleo (portanto relativamente fixo), uma empresa pode buscar com mais facilidade a variação e o movimento em tudo aquilo que não fizer parte do núcleo;

• A busca pelo progresso permite a existência da ideologia central, pois, sem a mudança contínua e o movimento para frente, a empresa – que carrega o núcleo – ficará para trás num mundo em constante mudança, deixando de ser forte ou talvez até de existir.

       O ponto crucial é colocar o discurso em prática, ter mecanismos concretos para preservar o núcleo e estimular o progresso. São as transformações de intenções em itens concretos – mecanismos que se encaixam – que fazem a diferença entre se tornar uma empresa visionária ou ficar querendo para sempre. Esta é a essência da abordagem de dar as ferramentas. O trecho abaixo esclarece o que ocorre em muitas empresas:

[...] as organizações costumam ter grandes intenções e visões inspiradoras para si mesmas, mas não tomam a medida crucial de transformar suas intenções em itens concretos. E o que é pior, muitas vezes elas toleram características estratégicas e táticas organizacionais que não tem nada a ver com suas intenções admiráveis, o que cria confusão e ceticismo.” (COLLINS; PORRAS, 1997, p.52)

Conclusão: Transformar “intenções em itens concretos”, traduzindo para o português corrente em nosso país, significa: “parar de falar e fazer, agir”. As estratégias e táticas elaboradas ou mesmo as intenções veladas em salas fechadas, precisam ser implementadas, colocadas em prática, tanto por empreendedores quanto por gestores. Procure extirpar a confusão e o ceticismo. Não permita, de maneira nenhuma, que características estratégicas e táticas que não estejam alinhadas com a visão central de sua organização, ocupe qualquer espaço.

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